terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Tetris, um jogo clássico

 Olá, o assunto de hoje é sobre Tetris, um jogo clássico, criado na década de 80, pelos matemáticos russos Alexey Pajitnov, Dmitry Pavlovsky e Vadim Gerasimov. Alexey e Pavlovsky eram engenheiros informáticos da Academia Russa de Ciências (que existe até hoje) e quanto a Gerasimov era um aluno de lá, aos 16 anos.
 O Tetris foi um dos primeiríssimos itens a ser usado na União Soviética (que deixou de existir em 1991), e também o primeiro a ser visto como uma espécie de vício. 

 O jogo atingiu um alvo inédito na história do videogame!
 Hoje em dia, o jogo Tetris não é um jogo carismático quanto na época, pois pra quem não gosta de jogo puzzle é considerado muito complicado.

História do Tetris   

 Alexey Pajitnov conhece um jogo chamado pentaminó (imagem em baixo). Pajitnov se empolgou tanto com o jogo  que resolveu fazer o jogo em versão virtual no seu computador Electronica 60.
 Pentadominó, o jogo que deu origem ao clássico jogo, tirando uma das peças forma um tetradominó, sendo que sete deles (que dá pra ver nitidamente) são os blocos do jogos.     

Computador Electronica 60, com o jogo Tetris

 Pajitnov removeu uma das peças e deu o nome ao jogo com o nome de Tetris (que pra quem não sabe, é um prefixo que significa literalmente "quatro" em grego. Exemplo: tetra-campeão).

 Objetivo

 O objeto do jogo é simples: consiste encaixar blocos que encaixem na tela e fazer horizontais, e não é só isso é bom acumular para eliminar todas as linhas de uma vez.

Direitos autorais de Tetris

 Tetris foi sendo distribuído informalmente, até chegar na Hungria, onde Robert Stein, um leigo em computadores que não gostava de jogos eletrônicos, passou horas jogando Tetris e decidiu negociar os direitos do game para lançar por sua empresa inglesa Andromeda. O jogo foi editado para o público norte-americano por esta empresa, criando a trilha sonora, o slogan "From Russia With Love", retirado de um filme de 007, e as letras estilizadas com o alfabeto cirílico.    

 Versões de Tetris nos videos games 


  Tetris tem muitas versões em várias empresas de jogos (Sega (raramente), Atari, Capcom (apenas um jogo e é com a Disney) e principalmente a Nintendo). Bem vou mostrar algumas versões. Aqui estão:


Tetris da Nintendo 

 O Tetris da Nintendo, é a versão mais conhecida do Tetris. Tanto que existem muitas versões de Tetris em quase todos os consoles da Nintendo. Veio desde o primeiro console da empresa e tem até uma versão do Nintendo DS! 


Arquivo: Tetrominoes IJLO STZ Worlds.svg
Peças do jogo original

Versão da Nintendo 64

Tetris da Sega
 Sega produziu apenas um jogo (e muito raro) do Tetris para o Mega Drive, sob o direito de Pajitnov. Porém a Nintendo já havia pegado os direitos de Tetris, o que fez a Sega of Japan destruir todas as cópias existentes, mas um dos produtores guardou algumas cópias que sobraram em dias de chuva. O número de cópias desse jogo está estimado a oito ou nove. E o jogo custou 16.000,00 dólares
 O jogo é tão raro que está em quinto lugar no top 10 dos jogos mais raros do mundo. 
 Por ser muito raro, esse jogo não é encontrado facilmente em mercado de jogos. 
 Particularmente gostei muito desse Tetris do Mega Drive, tanto que eu aprendi a jogar Tetris com esse jogo. As músicas (que são viciantes) são o ponto forte do jogo, confesso que até hoje eu gosto das músicas desse jogo. Agora segue as imagens e cinco videos do jogo (todas do You Tube).

Imagens do jogo

Tetris Genesis Select starting level and other preferences.
  
 

                                                                  
 Tetris da Capcom (?)
 Bem, a Capcom não produz jogos do Tetris, apenas o jogo Super Puzzle Fighter II Turbo (mais conhecido como Puzzle Fighter), que infelizmente não é um Tetris e sim um jogo puzzle. Mas há um jogo produzido por ela em parceria com a Disney em 1999 chamado Magical Tetris Challenge. Esse jogo só descobri recentemente, e pode ser jogado nos consoles Arcade, Game Boy Color, Nintendo 64 e PlayStation. Magical Tetris Challenge é na realidade, um jogo da Disney produzido pela Capcom. 

O game combina com o universo dos personagens da Disney. A versão avaliada neste texto é a lançada para Nintendo 64. Você joga com quatro personagens como Mickey, Minnie, Donald e Pateta (imagem abaixo).  

Enredo do jogo
Neste jogo há quatro histórias diferentes, que variam de acordo com o personagem escolhido pelo jogador, mas todas elas convergem em um mesmo ponto: uma rocha que veio do espaço e é encontrada por Donald durante uma pescaria.

 Magical Tetris Challenge é um ótimo jogo, pois não é incrível apenas no que diz respeito aos gráficos e trilha sonora, mas também com relação à jogabilidade, que combina o estilo clássico de Tetris com novos elementos; características que fazem deste um game memorável! 


Tetris do Atari
 Lançado em 1988, antes da Nintendo fazer o seu primeiro Tetris, é talvez o primeiro Tetris feito por uma empresa de jogo (fora a Nintendo e a Sega). Mas o jogo foi sob licença da Nintendo que já havia "comprado" antes. Também não tenho muita informação sobre esse Tetris. Os gráficos são muito simples e não aparecem as peças dos blocos (só se forem quebrados, pra entenderem melhor observem a imagem embaixo).

 Segue as imagens.  
 



Conclusão


 Tetris é realmente um jogo clássico. Com certeza não há ninguém que não conheça esse Tetris, principalmente jogando numa Nintendo. Fora a raríssima versão do Mega Drive e a versão do Atari.

 Enfim Tetris é de fato um jogo bastante popular, mas para quem não gosta de puzzle é considerado chato e irritante. Mas Tetris é um ótimo jogo, além de simples e divertido. Todos conhecem o Tetris por sua música russa.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Musicana, a obra não realizada

             O post será sobre Musicana, um projeto da Disney considerado por Mel Shaw com a ajuda de Wolfgang Reitherman entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980, que era ser uma continuação para Fantasia (1940).
    A novidade de Musicana era que além de ter músicas eruditas, iria apresentar músicas embaladas por jazz, músicas populares e folclóricas e da arte popular e moderna, seguindo o velho formato de Fantasia.
Foi cancelado nos primeiros anos da década de 1980, em favor de muitos problemas que nós vamos vê-los no decorrer deste post.

 História de Musicana 
   A história de Musicana não é tão grande como seu antecessor, Fantasia, e também, muito simples:

 Tudo começou que depois do lançamento de Fantasia em 1940, Walt Disney queria continuar Fantasia e isso seria em que quando fosse relançado, viriam novas composições. 
 Porém a ideia acabou não dando certo, e depois de uma série de tentativas, todos os curtas que estavam planejados para essa ideia, foram todos engavetados, por causa de Segunda Grande Guerra e também devido ao baixo recurso que Fantasia apresentou.

   Então por volta de 1974, Mel Shaw (que trabalhara com os conceitos de Bambi (1942)) voltou para Disney, a convite dos produtores, para ajudar na produção de Bernardo e Bianca (The Rescuers, 1977) fazendo os conceitos e a cena de abertura.


  Durante a produção de Bernardo e Bianca, Mel Shaw deu novas ideias aos produtores da Disney. Entre as novas ideias, deu uma ideia de uma nova versão do filme Fantasia de que tivesse músicas de países, regiões do globo e/ou até mesmo continentes, nomeada de Musicana.
Gostando da ideia Woolie (apelido de Wolfgang Reitherman), resolveu ajudar Mel Shaw e então começaram a produzir no final da década de 1970, perto da década de 80, elaborando os segmentos em storyboard. 
Em outubro de 1980, certa manchete publicada no jornal americano Los Angeles Times, cuja matéria era sobre os futuros projetos da Disney na década de 80, que entre os projetos estava MusicanaO Cão e a Raposa (1981), Tron, Uma Odisseia Eletrônica (1982) e O Caldeirão Mágico (1985).
Fonte: Deja View
  Com os conceitos já elaborados e com o longa pronto para ser produzido, Mel Shaw e Wolfgang Reitherman apresentaram Musicana aos diretores da Disney. 
          Porém apesar da alegria e entusiasmo dos seus amigos de trabalho que tiveram ao ver um novo Fantasia, os executivos ficaram muito apreensivos com o projeto, preocupados com a viatura comercial que o longa iria apresentar, uma vez que Fantasia foi um filme que não agradou o público na época de seu lançamento e que O Caldeirão Mágico era um projeto muito caro e que já tinha previsão para ser lançado em 1984. 
O projeto acabou por ser cancelado em 1983, devido a esses problemas citados acima.
  Woolie, enfurecido por ter cancelado um de seus grandes projetos, se aposenta da Disney. Mel Shaw foi trabalhar nos conceitos de A Bela e a Fera (1991).
Todas as ideias e conceitos elaborados para Musicana foram engavetados. 

   Musicana foi também cancelado em favor de O Conto de Natal do Mickey (Mickey's Christmas Carol, 1983) e principalmente O Caldeirão Mágico (que este último infelizmente foi um fracasso e quase destruiu toda a Disney).




    Musicana marcaria o início da carreira do recém-chegado John Lasseter, que havia entrado no estúdio em 1979, e havia ajudado na animação de O Cão e a Raposa (1981).
Alguns meses após o cancelamento de Musicana, Lasseter seria demitido e ido para a Pixar (na época, era chamado de Graphics Group).


Como seria Musicana

      Musicana como dito acima, seria a continuação de Fantasia, porém ao invés de ser apenas músicas eruditas como o longa de 1940, haveria segmentos com jazz, músicas populares e folclóricas e da arte moderna e popular, além de músicas culturais de países. 
  A ideia que foi elaborada principalmente eram sequências em que se passassem em regiões do globo ou mesmo em países específicos, acompanhados por uma composição e/ou compositor diretamente associados. 
O roteiro de Musicana fora já escrito e já colocado em storyboard, mas nunca foi feito.
Os segmentos que desenvolveram no final dos anos 70, foram os seguintes (como foi cancelado não tinha uma ordem exata, está colocado na ordem conforme estava no DVD):


 Segmento de Jazz sem nome

        Neste segmento sem nome, se passa em algum lugar do sul dos Estados Unidos (provavelmente a Nova Orleães) onde uma grande colônia de rãs formam uma banda de jazz, e com instrumentos de jazz como bateria, trombones, cornetas e piano.
  Haveriam duas composições diferentes neste segmento. A primeira seria com a participação de Ella Fitzgerald, e a segunda seria com a participação de Louis Armstrong. Até no final do segmento viria uma embarcação de jazz que interrompe todo o espetáculo que os levam para a margem do rio. 
        Este segmento estava sendo produzido por Ken Anderson, cujo último trabalho atual foi O Cão e a Raposa (1981). O longa marcaria como último filme com alguns dos Nove Anciões envolvidos.

Mais tarde a influência do jazz veio ao longa A Princesa e o Sapo, de 2009.  

Da esquerda para a direita, Louis Armstrong e Ella Fitzgerald

Caricatura de Ella Fitzgerald

Caricatura de Louis Armstrong
Fonte: The Disney That Never Was: The Stories and Art from Five Decades of Unproduced Animation
, de Charles Solomon, 1995. 










Segmento Sul-Americano sem nome/Segmento de Yma Sumac 
 Este segmento também sem nome, se passa na América do Sul (especificamente Peru e  Bolívia) onde teria como personagens, criaturas das mitologias inca e asteca. 
 As músicas desse segmento seriam provavelmente músicas de Yma Sumac. Apesar disso, Yma conheceu Walt Disney pessoalmente antes de ela virar uma cantora conhecida mundialmente por sua bela voz que vai a cinco oitavas.
Isso foi durante a produção do longa Alô, Amigos (Saludos Amigos, 1942).
Walt Disney com Yma Sumac, mostrando a foto em que eles se conhecem
 Segue as imagens e o vídeo associado ao segmento anônimo.


A menina-ave fugindo do Jaguar
Elaboração de Quetzocloátl, em uma cena elaborada
Depois do projeto ter sido cancelado, a influência inca certamente veio mais tarde para o longa A Nova Onda do Imperador (The Emperor's New Groove, 2000).

 O Deus da Chuva
    Nesta sequência, que se passa em algum país da África (provavelmente o Quênia e a Tanzânia) interpretado por mamíferos típicos do continente (elefantes, leões, hipopótamos, girafas e rinocerontes), contaria a história de um macaquinho egoísta que rouba o diamante da estátua de um deus de chuva de sua aldeia, que a partir daí, passa por uma série de desventuras, pois o deus não dará chuva a sua aldeia se não devolverem o diamante dele e então os animais perseguem o macaco.
Este segmento também estava sendo produzido por Ken Anderson. 
 A composição que seria usada para o segmento é desconhecido, mas segue as imagens.







Quilimanjaro em uma imagem elaborada.
 O Rouxinol do Imperador
  Como diz o nome do título, este segmento é uma versão do conto de fadas O Rouxinol e o Imperador da China, de Hans Christian Andersen.
    Seria protagonizado pelo Mickey Mouse, que aqui ele é retratado como um criado do Imperador.
Seria musicado provavelmente pela composição Le Rossignol, de Igor Stravinsky ou alguma música tradicional chinesa.
Este segmento também marcaria o primeiro curta-metragem do Mickey após a morte de Walt Disney, depois do curta As Coisas mais Simples, de 1953.
O segmento seria produzido por John Lasseter. 

Segue as imagens e um trecho de O Rouxinol, de Stravinsky.






"Musicana" displays various pieces of preliminary artwork for the original Fantasia sequel including this sketch of Mickey drawn for "The Emperor's Nightingale."

Mickey com o Rouxinol



Mickey apresentando o Rouxinol ao Imperador
























Finlândia
A onda furiosa feito pelo deus de gelo.
Foi desenhado poderosamente por Mel Shaw.
Um segmento elaborado para Musicanaque seria voltado na Escandinávia, ao som da composição Finlandia, de Jean Sibelius, contaria uma lenda escandinava sobre uma batalha entre um deus de gelo e uma deusa do Sol.
Os lagos e as paisagens da Escandinávia seriam o resultado desta batalha.  

 Segue as imagens, e a música, de Sibelius.













Ali Babá e os Quarenta Ladrões 
Uma versão do conto Ali Babá e os 40 Ladrões foi elaborada para o filme.
O segmento seria musicado pela composição Scheherazade (1888), de Rimsky Korsakov.
O curioso deste segmento é que os personagens são representados por aves antropomórficas.
Ali Babá e Morjana são elaborados como pombos, o líder dos 40 ladrões é elaborado com um falcão, e os outros trinta e nove ladrões como várias aves como abutres, tucanos, gansos e garças.
Segue as imagens e um trecho de Scheherazade.


Abra-te Sésamo!

Ali Babá encontrando o tesouro dos 40 ladrões em uma arte elaborada



Ali Babá e Morjana num cenário elaborado. Morjana é a pomba rosa que está pegando água.


  







                  

Conclusão

 A Disney pode criar e destruir sonhos também. Musicana seria um dos filmes mais interessantes da Disney, e talvez poderia ter um sucesso relevante na época. Fantasia 2000, mas não tem nada a ver com Musicana.

 Realmente Fantasia 2000 não lembra em nada Musicana, a única coisa que Musicana e Fantasia 2000 têm em comum é que ambos são um Fantasia e são continuações do longa de 1940. 

A Disney poderia ter uma chance de criar um novo Fantasia, ou até mesmo voltar a produzir Musicana

 Vai uma frase que o Walt Disney disse:
 Bons projetos nunca morrem

Para fechar com chave de ouro, um vídeo que fala exatamente dessa belíssima obra cancelada, vinda do DVD do Fantasia de 2010 (em inglês).