sábado, 8 de março de 2014

Branca de Neve e os Sete Anões, o Clássico dos Clássicos da Disney

               Olá, galera! Depois de postar todos os filmes cancelados, voltei ao blog com o grande clássico e clássico dos clássicos da Disney: Branca de Neve e os Sete Anões!

Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs, no original, em inglês) é o primeiro longa-metragem da Disney, lançado em dezembro de 1937, perto do Natal daquele ano.
Branca de Neve e os Sete Anões não foi só o primeiro desenho de longa duração como também foi o desenho que revolucionou a história do cinema e deu início a uma próspera era de grandes clássicos do cinema animado, e deu origem a todos os desenhos animados de longa duração até os dias de hoje.
Baseado no conto de fadas de mesmo nome, dos irmãos Grimm, a Disney não conseguiu ter problema nenhum em adaptar o conto alemão.

O filme também, depois de lançado, foi o primeiro filme da Disney a concorrer no cinema com os outros filmes.
Branca de Neve e os Sete Anões foi o filme da Disney que fez a recém-criada Feature Animation Studios a funcionar a todo vapor até os dias de hoje, além de enriquecer a Disney.
Com o enriquecimento, a Disney resolveu então criar longa-metragens, que fez isso até hoje em dia.

Produção de Branca de Neve e os Sete Anões
Branca de Neve e os Sete Anões não seria o primeiro filme da Disney a ser lançado.
O primeiro filme da Disney seria Alice no País das Maravilhas, que estava sendo produzido desde 1928, mas foi cancelado devido ao filme da Paramount de 1933.
 Bambi também estava sendo produzido desde 1935, e estava marcado para o ano de 1937 (ano em que o longa foi lançado), e também foi cancelado, devido ao perfeccionismo de Walt Disney que queria visuais mais realistas aos personagens. 

     A produção de Branca de Neve e os Sete Anões começou em agosto do ano de 1934, onde produtores tinham planos para Branca de Neve que foram compilados pela equipe do escritor Richard Creedon, sugerindo os personagens principais, bem como as situações e as "piadas" para a história. Como Disney tinha afirmado no início do projeto, a atração principal da história era para ele os Sete Anões; as três reuniões sobre a história realizadas em outubro com a participação de Disney, Creedon, Larry Morey, Albert Hurter, Ted Sears e Pinto Colvig foram dominados por temas. 
Como teste, a Disney lançou um Silly Symphony (traduzido para Sinfonias Ingênuas, no Brasil) em novembro de 1934, chamado The Goddess of Spring. Como foi só um teste, o curta não foi comercial, lançado apenas para aquele ano.



   Este teste tinha por objetivo experimentar em fazer animação com personagens humanos mais ambiciosos, só para ver se o público iria aceitar e principalmente em concretizar Branca de Neve e os Sete Anões. Aliás, todos os Silly Symphonies, a partir de The Goddess of Spring, foram servindo como teste para os longas, principalmente Branca de Neve e os Sete Anões.
Vendo que o teste funcionou, a Disney continuou a produzir o longa.
Uma das ideias iniciais de Branca de Neve, era que Branca de Neve fosse uma vizinha dos Sete Anões e seria uma menina muito desajeitada, a Rainha seria uma mulher gorda, e um Príncipe mais destacado e também cômico. Os anões foram os únicos que mantiveram a ideia de que cada um tivesse uma personalidade diferente, já que o conto não se importa muito com as personalidades dos anões e os seus nomes.
Outra ideia era que o longa começasse logo na casa dos Sete Anões, mas depois o filme foi todo reformulado no ano de 1935, e decidiram fazer o longa um pouco mais fiel ao conto dos Irmãos Grimm.
Branca de Neve e os Sete Anões foi lançado em dezembro do ano de 1937, no Carthay Circle Theater para um público receptivo (muitos dos quais eram os opositores que dublaram o filme Disney's Folly), que deu ao filme uma salva de palmas de pé no seu fim.
Só depois que em 1938, foi lançado em um cinema normal, que por sua vez, fez muito sucesso, superando todos os filmes que foram lançados naquele ano.

Lançamento no Brasil


No Brasil, Branca de Neve e os Sete Anões foi lançado no ano de 1938, após o lançamento do filme nos cinemas americanos naquele mesmo ano.


Sinopse
Uma Rainha bonita, mas muito vaidosa e má, inveja de sua enteada, a princesa Branca de Neve, pretendendo arrancar-lhe o coração. 
  Quando foi avisada pelo caçador que foi enviado pela Rainha para matá-la, ela foge pela floresta e com a ajuda dos animais é levada para a casa de um grupo de sete anões que trabalham numa mina.

Elenco 
Elenco Original
        Adriana Caselotti dublou a Branca de Neve. A atriz teve uma capacidade de fazer uma voz mais infantil e fina. Caselotti também fez referência a animação da Branca de Neve.

Arquivo: Colvigvancedebabio.jpg
Pinto Colvig fez a voz dos anões Zangado e Soneca. Pinto dublava o Coelho Oswaldo, o Porquinho Prático (dos 3 Porquinhos), e também o Pateta até os anos 50. Pinto Colvig morreu em 1967.

A voz do Príncipe foi emprestada pelo ator Harry Stockwell.
Harry faleceu em 1984.

Lucille La Verne foi quem fez a voz da maldosa e invejosa Rainha. A sua forma de bruxa também foi dublada por ela.

Eddie Collins dublou Dunga no filme original. Eddie Collins morreu em setembro de 1940. Nos anos 40, ele foi substituído por Mel Blanc que dublou também Gideão e Fígaro, e a gatinha Diná, de Alice no País das Maravilhas.

 Roy Atwell deu a voz ao anão Mestre.

O comediante Billy Gilbert emprestou sua a voz ao anão Atchim. Quando soube que haveria um personagem alérgico, Gilbert quis fazer o papel do anão. Gilbert mais tarde, dublaria o gigante Willie do segmento Mickey e o Pé de Feijão do longa Como é Bom se Divertir (Fun and Fancy Free, 1947). Billy Gilbert faleceu em 1971.

Otis Harlan dublou o anão Feliz. Faleceu em janeiro de 1940, antes de Eddie Collins.

Scotty Mattraw  dublou o anão Dengoso. Faleceu em 1946.

   Stuart Buchanan dublou o Humberto, o Caçador. Ele fez uma participação no longa Alô, Amigos e dublou Pateta na série The Mickey Mouse Theater of the Air, de 1938. Stuart faleceu em 1974.

Elenco Brasileiro

No Brasil, Branca de Neve e os Sete Anões teve duas dublagens diferentes: uma de 1938, e outra de 1965.
A dublagem de 1938 tem sido inutilizada atualmente, pois no VHS, DVD e Blu-Ray usam a dublagem de 1965.

Dublagem brasileira de 1938
Branca de Neve - Dalva de Oliveira (falando) e Maria Clara Tati Jacome (cantando)
Zangado - Aristóteles Pena
Príncipe - Carlos Garlhado
Grimhilde, a Rainha Má - Cordélia Ferreira 
Bruxa - Estephana Louro
Mestre - Desconhecido
Feliz - Desconhecido
Dengoso - Pery Monteiro
Atchim - Edmundo Maia
Soneca - Baptista Junior
Humberto, o Caçador - Túlio de Lemos

Dublagem brasileira de 1965 (atual)
Branca de Neve - Maria Alice Barreto (falando) e Cybele Freire (cantando)
Zangado - Ênio Santos
Príncipe - Allan Lima 
Grimhilde, a Rainha Má - Lourdes Mayer
Bruxa - Estelita Bell
Mestre - Magalhães Graça
Feliz - Luiz Motta
Dengoso - Navarro de Andrade
Atchim - Orlando Drummond
Soneca - Desconhecido
Humberto, o Caçador - Domício Costa

Sequências

      Embora que não parecesse, a Disney já tentou fazer continuações para Branca de Neve e os Sete Anões, desde o lançamento original. 

Snow White Returns

No ano de 1938, após o lançamento nos cinemas, a Disney planejou um Silly Symphony para continuar o longa de 1937 chamado Snow White Returns (algo como O Retorno de Branca de Neve ou Branca de Neve Retorna), que contaria a visita anual de Branca de Neve para a casa dos anões. O curta reaproveitaria cenas que não foram incluídas no longa. O curta não foi produzido por razões desconhecidas.

Nos anos 2000, a Disney teve mais uma tentativa frustada de fazer uma sequência para Branca de Neve e os Sete Anões, e deixaram o longa sendo intocável em fazer continuações para o longa em favor e memória de Walt Disney. 

Disney's Dwarfs 

   Em meados da década de 2000, a Disney planejou uma prequela para Branca de Neve e os Sete Anões chamada de Disney's Dwarfs, que seria tipo um "Tinkerbell para os meninos", segundo produtores. Artistas da Disney partiram para uma animação séria e cuidadosa sobre o passado dos anões. Uma das tramas elaboradas era que como os anões conheceram a Rainha (que aqui o nome dela é Narcissa), dando origem a inconveniência de Zangado sobre Branca de Neve, e também a origem do Espelho Mágico da Rainha e também apareceria o pai de Branca de Neve, o Rei.
A obra acabou se tornando a série Os 7A.

    A Disney nunca mais continuou Branca de Neve e os Sete Anões, pois a DisneyToon Studios da Austrália, onde eram feitas todas as continuações da Disney, fechou em 2006, e também devido a compra da Pixar nesse mesmo ano.

Curiosidades
      - A parte mais difícil da Disney em produzir Branca de Neve e os Sete Anões, foi os anões, pois mais de 50 anões estavam nos esboços do filme. Entre os anões que estavam na lista eram Saltitante (Jumpy), Horrível (Awful),Tímido (Baldy) e Enferrujado (Wheezy).
Os anões que foram eleitos, a exceção de Dunga e Mestre, foram Zangado, Dengoso, Feliz, Soneca e Atchim (eles cinco também estavam na lista). 

       - Um anão surdo também foi planejado para estar entre os sete, mas foi cortado e colocaram o anão Atchim no lugar dele.
Anão Surdo 
- O Príncipe teria um papel muito maior, mas reduziram o papel dele, devido a dificuldade que os animadores tiveram em animá-lo.

        - Uma das cenas cortadas, podemos ver a Rainha (já na forma de Bruxa) fazendo uma espécie de ritual, mexendo o caldeirão com um osso gigante e mandando o objeto borbulhar ainda mais, antes de envenenar a maçã.
Esta cena pode ser vista pela edição de DVD de 2001.

 - As cenas cortadas mais conhecidas são a cena em que anões cantam uma música sobre a sopa que Branca de Neve faz chamada Music in Your Soup; e uma cena em que os anões constroem uma cama para Branca de Neve e para o Príncipe. Estas cenas chegaram a ser animadas.


- Há uma canção deletada mostra uma cena surreal de Branca de Neve e o Príncipe dançando sobre nuvens e estrelas. Esta canção foi deletada e a canção Some Day My Prince Will Come foi colocada no lugar da cena. A cena de dança sobre nuvens foi finalmente reutilizada em A Bela Adormecida.

- Outra canção deletada chama-se de You're Never Too Old to be Young, que é cantada pelos anões. A canção chegou a ser gravada, mas acabou não sendo animado. Foi substituída pela canção The Silly Song. A canção foi mais tarde reaproveitada num curta de 1987, da Disney World, estrelado por Dick Van Dyke.

-  O visual de Branca de Neve foi baseado na atriz Hedy Lamarr, e na personagem Betty Boop. Tanto que alguns esboços de Branca de Neve, ela tem aparência semelhante a ela.

- Nos primeiros conceitos de Branca de Neve, mostravam ela ter cabelos loiros, mas decidiram colocar ela ser morena (cabelos escuros), para se tornar fiel a sua descrição no conto. O conceito de heroína loira foi utilizada em Alice no País das Maravilhas (1951) e A Bela Adormecida (1958). 



- Durante a produção de Fantasia, animadores sugeriram colocar o Dunga no papel do Aprendiz de Feiticeiro, mas Walt Disney insistiu que colocassem o Mickey.

 - Dunga falaria no filme, mas decidiram colocar ele mudo, porque não acharam uma voz perfeita para ele. 

  - Numa sessão de gravação, Lucille La Verne, voz da Rainha, foi avisada pelos animadores que seria necessária uma voz mais velha e rouca para a Bruxa. Ms. La Verne saiu da sala de gravação e voltou minutos depois, com uma voz perfeita de “Bruxa Velha”, que surpreendeu os animadores. Quando perguntaram como ela conseguiu, La Verne respondeu: “Oh, apenas tirei meus dentes”.

- Embora a Rainha quando se disfarça de mendiga, nunca é chamada de bruxa, como atualmente.

- Embora que o nome da Rainha nunca fosse revelado no filme original, nas histórias em quadrinhos e em certos produtos revelaram que o nome da Rainha é Grimhilde.

- A dançarina Marge Champion foi quem fez os movimentos de Branca de Neve. Marge se casou e separou com um dos animadores da época, Art Babbitt.
Marge Champion, mais tarde faria os movimentos da Fada Azul, em Pinóquio e os animais do segmento A Dança das Horas em Fantasia, ambos de 1940.

- A atriz e cantora canadense Deanna Durbin foi cotada para fazer a voz de Branca de Neve, mas descartaram, pois ela tinha uma voz muito matura para a personagem.

- Sterling Holloway, que mais tarde dublaria personagens da Disney como Flor (adulto), Gato Risonho e Kaa, foi considerado para a voz de Soneca. 

Para a cena em que os anões se lavam, Frank Thomas fez com que Dunga desse um passo longo e atrapalhado para alcançar os demais, como sugerido no storyboard. Walt gostou tanto que pediu que o passo fosse adicionado em outras cenas (para o desgosto dos animadores, que culparam Thomas pelo trabalho extra que tiveram).

- Um único som que saiu da boca de Dunga no filme foi um grito, na cena em que ele se assusta ao ver o "monstro" na cama (Branca de Neve), aí ele desfere um grito e corre pela escada. No Brasil, o grito foi tirado, mas se verem o longa em inglês, o grito pode ser ouvido.

Custaram nove tentativas a Wolfgang Reitherman para acertar a animação do Espelho Mágico. Ele conseguiu cobrindo o papel pela metade, desenhando metade da face, e então virando-o novamente e desenhando. Ele ficou, então, consternado quando seu trabalho foi tomado pela fumaça, fogo e distorção de vidro.

  - Quando Branca de Neve e os Sete Anões ganhou o Oscar, foi premiado com uma estatueta com sete estatuetas menores (representados pelos personagens), que foi entregue por Shirley Temple.
Walt Disney com Shirley Temple, durante o Oscar
Branca de Neve e os Sete Anões manteve o título de filme de maior bilheteria da história por um ano, quando foi batido por E o Vento levou (1939).


Conclusão
        Branca de Neve e os Sete Anões é um dos maiores clássicos já feito pela Disney. Esse clássico é o clássico número 1 da Disney, ou seja, nem mesmo o Rei Leão ou Frozen ultrapassará o primeiro e insubstituível longa da Disney. Branca de Neve e os Sete Anões é o longa-metragem que serviu de inspiração a todos os outros longa-metragens da Disney ou não.
A Disney é, e sempre será vista como uma empresa que faz longa-metragens. Sempre será conhecida como a empresa dos longa-metragens que vai de geração a geração, desde 1937. Isso é uma característica da Disney que ninguém, nem mesmo a DreamWorks e a Warner pode roubar ou mudar.
 Disney não é uma empresa de séries e muito menos de produtos, os verdadeiros produtos da Disney são os seus desenhos, os longas-metragens e os curta-metragens são as verdadeiras joias da Disney.

    O que todos esperam da Disney, é que ela não fruste a todos fãs dos longa-metragens. Não importa o que os críticos ou os que são contra a Disney dizem.

E aí, gostaram do post? Até mais!