O post será sobre Musicana, um projeto da Disney considerado por Mel Shaw com a ajuda de Wolfgang Reitherman entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980, que era ser uma continuação para Fantasia (1940).
A novidade de Musicana era que além de ter músicas eruditas, iria apresentar músicas embaladas por jazz, músicas populares e folclóricas e da arte popular e moderna, seguindo o velho formato de Fantasia.
Foi cancelado nos primeiros anos da década de 1980, em favor de muitos problemas que nós vamos vê-los no decorrer deste post.
Foi cancelado nos primeiros anos da década de 1980, em favor de muitos problemas que nós vamos vê-los no decorrer deste post.
História de Musicana
A história de Musicana não é tão grande como seu antecessor, Fantasia, e também, muito simples:
Tudo começou que depois do lançamento de Fantasia em 1940, Walt Disney queria continuar Fantasia e isso seria em que quando fosse relançado, viriam novas composições.
Porém a ideia acabou não dando certo, e depois de uma série de tentativas, todos os curtas que estavam planejados para essa ideia, foram todos engavetados, por causa de Segunda Grande Guerra e também devido ao baixo recurso que Fantasia apresentou.
Então por volta de 1974, Mel Shaw (que trabalhara com os conceitos de Bambi (1942)) voltou para Disney, a convite dos produtores, para ajudar na produção de Bernardo e Bianca (The Rescuers, 1977) fazendo os conceitos e a cena de abertura.
Durante a produção de Bernardo e Bianca, Mel Shaw deu novas ideias aos produtores da Disney. Entre as novas ideias, deu uma ideia de uma nova versão do filme Fantasia de que tivesse músicas de países, regiões do globo e/ou até mesmo continentes, nomeada de Musicana.
Gostando da ideia Woolie (apelido de Wolfgang Reitherman), resolveu ajudar Mel Shaw e então começaram a produzir no final da década de 1970, perto da década de 80, elaborando os segmentos em storyboard.
Em outubro de 1980, certa manchete publicada no jornal americano Los Angeles Times, cuja matéria era sobre os futuros projetos da Disney na década de 80, que entre os projetos estava Musicana, O Cão e a Raposa (1981), Tron, Uma Odisseia Eletrônica (1982) e O Caldeirão Mágico (1985).
Com os conceitos já elaborados e com o longa pronto para ser produzido, Mel Shaw e Wolfgang Reitherman apresentaram Musicana aos diretores da Disney.
Porém apesar da alegria e entusiasmo dos seus amigos de trabalho que tiveram ao ver um novo Fantasia, os executivos ficaram muito apreensivos com o projeto, preocupados com a viatura comercial que o longa iria apresentar, uma vez que Fantasia foi um filme que não agradou o público na época de seu lançamento e que O Caldeirão Mágico era um projeto muito caro e que já tinha previsão para ser lançado em 1984.
O projeto acabou por ser cancelado em 1983, devido a esses problemas citados acima.
Woolie, enfurecido por ter cancelado um de seus grandes projetos, se aposenta da Disney. Mel Shaw foi trabalhar nos conceitos de A Bela e a Fera (1991).
Todas as ideias e conceitos elaborados para Musicana foram engavetados.
Então por volta de 1974, Mel Shaw (que trabalhara com os conceitos de Bambi (1942)) voltou para Disney, a convite dos produtores, para ajudar na produção de Bernardo e Bianca (The Rescuers, 1977) fazendo os conceitos e a cena de abertura.
Gostando da ideia Woolie (apelido de Wolfgang Reitherman), resolveu ajudar Mel Shaw e então começaram a produzir no final da década de 1970, perto da década de 80, elaborando os segmentos em storyboard.
Em outubro de 1980, certa manchete publicada no jornal americano Los Angeles Times, cuja matéria era sobre os futuros projetos da Disney na década de 80, que entre os projetos estava Musicana, O Cão e a Raposa (1981), Tron, Uma Odisseia Eletrônica (1982) e O Caldeirão Mágico (1985).
Fonte: Deja View |
Porém apesar da alegria e entusiasmo dos seus amigos de trabalho que tiveram ao ver um novo Fantasia, os executivos ficaram muito apreensivos com o projeto, preocupados com a viatura comercial que o longa iria apresentar, uma vez que Fantasia foi um filme que não agradou o público na época de seu lançamento e que O Caldeirão Mágico era um projeto muito caro e que já tinha previsão para ser lançado em 1984.
O projeto acabou por ser cancelado em 1983, devido a esses problemas citados acima.
Woolie, enfurecido por ter cancelado um de seus grandes projetos, se aposenta da Disney. Mel Shaw foi trabalhar nos conceitos de A Bela e a Fera (1991).
Todas as ideias e conceitos elaborados para Musicana foram engavetados.
Musicana foi também cancelado em favor de O Conto de Natal do Mickey (Mickey's Christmas Carol, 1983) e principalmente O Caldeirão Mágico (que este último infelizmente foi um fracasso e quase destruiu toda a Disney).
Musicana marcaria o início da carreira do recém-chegado John Lasseter, que havia entrado no estúdio em 1979, e havia ajudado na animação de O Cão e a Raposa (1981).
Alguns meses após o cancelamento de Musicana, Lasseter seria demitido e ido para a Pixar (na época, era chamado de Graphics Group).
Alguns meses após o cancelamento de Musicana, Lasseter seria demitido e ido para a Pixar (na época, era chamado de Graphics Group).
Como seria Musicana
Musicana como dito acima, seria a continuação de Fantasia, porém ao invés de ser apenas músicas eruditas como o longa de 1940, haveria segmentos com jazz, músicas populares e folclóricas e da arte moderna e popular, além de músicas culturais de países.
A ideia que foi elaborada principalmente eram sequências em que se passassem em regiões do globo ou mesmo em países específicos, acompanhados por uma composição e/ou compositor diretamente associados.
O roteiro de Musicana fora já escrito e já colocado em storyboard, mas nunca foi feito.
A ideia que foi elaborada principalmente eram sequências em que se passassem em regiões do globo ou mesmo em países específicos, acompanhados por uma composição e/ou compositor diretamente associados.
O roteiro de Musicana fora já escrito e já colocado em storyboard, mas nunca foi feito.
Os segmentos que desenvolveram no final dos anos 70, foram os seguintes (como foi cancelado não tinha uma ordem exata, está colocado na ordem conforme estava no DVD):
Segue as imagens e o vídeo associado ao segmento anônimo.
Segmento de Jazz sem nome
Neste segmento sem nome, se passa em algum lugar do sul dos Estados Unidos (provavelmente a Nova Orleães) onde uma grande colônia de rãs formam uma banda de jazz, e com instrumentos de jazz como bateria, trombones, cornetas e piano.
Haveriam duas composições diferentes neste segmento. A primeira seria com a participação de Ella Fitzgerald, e a segunda seria com a participação de Louis Armstrong. Até no final do segmento viria uma embarcação de jazz que interrompe todo o espetáculo que os levam para a margem do rio.
Este segmento estava sendo produzido por Ken Anderson, cujo último trabalho atual foi O Cão e a Raposa (1981). O longa marcaria como último filme com alguns dos Nove Anciões envolvidos.
Haveriam duas composições diferentes neste segmento. A primeira seria com a participação de Ella Fitzgerald, e a segunda seria com a participação de Louis Armstrong. Até no final do segmento viria uma embarcação de jazz que interrompe todo o espetáculo que os levam para a margem do rio.
Este segmento estava sendo produzido por Ken Anderson, cujo último trabalho atual foi O Cão e a Raposa (1981). O longa marcaria como último filme com alguns dos Nove Anciões envolvidos.
Mais tarde a influência do jazz veio ao longa A Princesa e o Sapo, de 2009.
Da esquerda para a direita, Louis Armstrong e Ella Fitzgerald |
Caricatura de Ella Fitzgerald |
Caricatura de Louis Armstrong Fonte: The Disney That Never Was: The Stories and Art from Five Decades of Unproduced Animation, de Charles Solomon, 1995. |
Segmento Sul-Americano sem nome/Segmento de Yma Sumac
Este segmento também sem nome, se passa na América do Sul (especificamente Peru e Bolívia) onde teria como personagens, criaturas das mitologias inca e asteca.
As músicas desse segmento seriam provavelmente músicas de Yma Sumac. Apesar disso, Yma conheceu Walt Disney pessoalmente antes de ela virar uma cantora conhecida mundialmente por sua bela voz que vai a cinco oitavas.
Isso foi durante a produção do longa Alô, Amigos (Saludos Amigos, 1942).
As músicas desse segmento seriam provavelmente músicas de Yma Sumac. Apesar disso, Yma conheceu Walt Disney pessoalmente antes de ela virar uma cantora conhecida mundialmente por sua bela voz que vai a cinco oitavas.
Isso foi durante a produção do longa Alô, Amigos (Saludos Amigos, 1942).
Walt Disney com Yma Sumac, mostrando a foto em que eles se conhecem |
A menina-ave fugindo do Jaguar |
Elaboração de Quetzocloátl, em uma cena elaborada |
Depois do projeto ter sido cancelado, a influência inca certamente veio mais tarde para o longa A Nova Onda do Imperador (The Emperor's New Groove, 2000).
Nesta sequência, que se passa em algum país da África (provavelmente o Quênia e a Tanzânia) interpretado por mamíferos típicos do continente (elefantes, leões, hipopótamos, girafas e rinocerontes), contaria a história de um macaquinho egoísta que rouba o diamante da estátua de um deus de chuva de sua aldeia, que a partir daí, passa por uma série de desventuras, pois o deus não dará chuva a sua aldeia se não devolverem o diamante dele e então os animais perseguem o macaco.
Este segmento também estava sendo produzido por Ken Anderson.
A composição que seria usada para o segmento é desconhecido, mas segue as imagens.
Este segmento também estava sendo produzido por Ken Anderson.
A composição que seria usada para o segmento é desconhecido, mas segue as imagens.
O Rouxinol do Imperador
Como diz o nome do título, este segmento é uma versão do conto de fadas O Rouxinol e o Imperador da China, de Hans Christian Andersen.
Seria protagonizado pelo Mickey Mouse, que aqui ele é retratado como um criado do Imperador.
Seria musicado provavelmente pela composição Le Rossignol, de Igor Stravinsky ou alguma música tradicional chinesa.
Este segmento também marcaria o primeiro curta-metragem do Mickey após a morte de Walt Disney, depois do curta As Coisas mais Simples, de 1953.
O segmento seria produzido por John Lasseter.
Segue as imagens e um trecho de O Rouxinol, de Stravinsky.
Seria protagonizado pelo Mickey Mouse, que aqui ele é retratado como um criado do Imperador.
Seria musicado provavelmente pela composição Le Rossignol, de Igor Stravinsky ou alguma música tradicional chinesa.
Este segmento também marcaria o primeiro curta-metragem do Mickey após a morte de Walt Disney, depois do curta As Coisas mais Simples, de 1953.
O segmento seria produzido por John Lasseter.
Segue as imagens e um trecho de O Rouxinol, de Stravinsky.
Finlândia
A onda furiosa feito pelo deus de gelo. Foi desenhado poderosamente por Mel Shaw. |
Um segmento elaborado para Musicana, que seria voltado na Escandinávia, ao som da composição Finlandia, de Jean Sibelius, contaria uma lenda escandinava sobre uma batalha entre um deus de gelo e uma deusa do Sol.
Os lagos e as paisagens da Escandinávia seriam o resultado desta batalha.
Segue as imagens, e a música, de Sibelius.
Os lagos e as paisagens da Escandinávia seriam o resultado desta batalha.
Segue as imagens, e a música, de Sibelius.
Ali Babá e os Quarenta Ladrões
Uma versão do conto Ali Babá e os 40 Ladrões foi elaborada para o filme.
O segmento seria musicado pela composição Scheherazade (1888), de Rimsky Korsakov.
O curioso deste segmento é que os personagens são representados por aves antropomórficas.
Ali Babá e Morjana são elaborados como pombos, o líder dos 40 ladrões é elaborado com um falcão, e os outros trinta e nove ladrões como várias aves como abutres, tucanos, gansos e garças.
Segue as imagens e um trecho de Scheherazade.
O segmento seria musicado pela composição Scheherazade (1888), de Rimsky Korsakov.
O curioso deste segmento é que os personagens são representados por aves antropomórficas.
Ali Babá e Morjana são elaborados como pombos, o líder dos 40 ladrões é elaborado com um falcão, e os outros trinta e nove ladrões como várias aves como abutres, tucanos, gansos e garças.
Segue as imagens e um trecho de Scheherazade.
Abra-te Sésamo! |
Ali Babá e Morjana num cenário elaborado. Morjana é a pomba rosa que está pegando água. |
Conclusão
A Disney pode criar e
destruir sonhos também. Musicana seria um dos filmes mais interessantes da
Disney, e talvez poderia ter um sucesso relevante na época. Fantasia 2000, mas não tem nada a ver com Musicana.
Realmente Fantasia
2000 não lembra em nada Musicana, a única coisa que Musicana e Fantasia 2000
têm em comum é que ambos são um Fantasia e são continuações do longa de 1940.
A Disney poderia ter uma chance de criar um novo Fantasia, ou até mesmo voltar a produzir
Musicana.
Vai uma frase que o Walt Disney disse:
Bons projetos nunca morrem
Para fechar com chave de ouro, um vídeo que fala exatamente dessa belíssima obra cancelada, vinda do DVD do Fantasia de 2010 (em inglês).
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