quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Peter Pan (Disney, 1952)

Peter Pan é um longa-metragem de 1952 lançado oficialmente em fevereiro de 1953.
Peter Pan é um dos clássicos da literatura inglesa que Walt Disney mais queria adaptar, juntamente com Alice no País das Maravilhas.
 Peter Pan (antes, chamado de As Aventuras de Peter Pan, no lançamento original do Brasil) é o décimo quarto longa-metragem do catálogo de filmes Walt Disney Feature Animation Studios, atualmente chamado de Walt Disney Animation Studios, e popularmente chamado de Clássicos Disney.
Peter Pan também é o último filme da Disney a ser lançado através da RKO. A partir de 1954, os filmes da Disney passaram a lançados através da Buena Vista, que foi criada pelo próprio Walt Disney. O primeiro longa animado a ser lançado por meio dela é A Dama e o Vagabundo (1955).

Peter Pan é um dos filmes mais conhecidos da Disney, embora que o lançamento original do clássico não fosse bem alto como o de Cinderela, mas ainda assim, é um dos clássicos mais carismáticos da Disney, depois de A Pequena Sereia (1989) e Aladdin (1992).

História e Produção de Peter Pan

Peter Pan é um dos primeiros que Walt Disney sonhou em adaptar depois de Alice no País das Maravilhas.
A Disney esteve procurando pelos direitos de adaptação da peça de Peter Pan e Wendy a anos desde 1935, pois já tinham os direitos de Alice no País das Maravilhas em 1931, os direitos de Bambi em 1933; até descobrirem que os direitos estavam com o hospital inglês Great Ormond Street, de Londres e foram lá que pediram os direitos e o hospital entregou os direitos a Disney.
A produção de Peter Pan começou em 1940, com o sucesso de Pinóquio (1940) nos Estados Unidos, e estava para ser lançado depois de Bambi, mas o projeto foi engavetado devido a Segunda Guerra Mundial. Os conceitos de arte dos personagens foram entre 1940 e 1949. Muitos dos conceitos artísticos dos personagens do longa foram feitos por Fred Moore.
A produção voltou a ser produzida em 1946, junto com Alice no País das Maravilhas, devido ao sucesso do filme A Canção do Sul.
A gravação das vozes foram entre 1950 e 1952. 
Walt Disney, é claro, contou com a ajuda da desenhista Mary Blair, que trabalhara pela primeira vez nos conceitos de Bambi, nos segmentos de Tempo de Melodia e o segmento do Cavaleiro sem Cabeça em As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo, em Cinderela e Alice no País das Maravilhas, para fazer os conceitos de arte de Peter Pan.
Assim como fez em Alice no País das Maravilhas, Walt Disney lançou um documentário sobre as novidades do futuro clássico antes do lançamento.
O clássico então foi lançado em fevereiro de 1953, apesar do filme ser concluído em 1952.
O resultado de Peter Pan, ao contrário de Alice no País das Maravilhas, teve um público bem maior do que o clássico anterior, mas assim como este, foi duramente criticado, principalmente as cenas dos índios, em que foi acusado de racismo e estereótipos aos índios locais. Walt Disney assim como Alice no País das Maravilhas, ele disse esse seguinte comentário sobre o personagem: "Peter Pan era um menino sem sentimentos".
Quando o filme foi lançado o estúdio dá um agradecimento ao Hospital de Great Ormond Street nos créditos iniciais do longa. 

Sinopse
Era noite em Londres e Peter Pan veio visitar uma menina londrina chamada Wendy Darling que contava histórias sobre ele para seus irmãos mais novos João e Miguel, mas que teve sua sombra solta por Naná, a "cadela-babá" de Wendy e que vem a procura dela e sem querer acaba acordando a menina.
Wendy fica muito contente por Peter Pan vir buscar a sua sombra, mas também acaba ficando apaixonada por ele o que faz irritar um pouco Sininho (chamada de Tilintim, na dublagem), que é apaixonada platonicamente pelo menino.
O menino que nunca cresce então leva Wendy a Terra do Nunca (chamada de "Ilha Encantada" na dublagem) para ser a "mãe" dos meninos perdidos juntamente com seus irmãos, mas Capitão Gancho, um capitão pirata quer se vingar de Peter Pan por ter sua mão cortada por ele e que vive atormentado por Tic-Toc, um crocodilo-marinho que pretende comê-lo, conhecido por comer não apenas a mão de Gancho assim como um relógio que está sempre tocando na sua barriga.
Mas as coisas ficam mais complicadas é que Sininho fica com muito ciúmes de Wendy e que pretende se livrar dela. 

Diferenças entre a peça e o filme

  - O personagem de Peter Pan no filme é muito diferente do que foi retratado na peça. Peter Pan na peça e no livro é muito mais infantil do que o filme da Disney. A Disney retratou Peter Pan um pouco mais maturo e heroico do que o personagem original, que é imaturo e que agia, pensava e até chorava como uma criança, além de ser muito folgado a ponto de esquecer as crianças voando.

- O personagem do Capitão Gancho no romance é depressivo, insensível, elegante e sério, e sádico, quanto ao filme, ele é mais cômico e mais antagonístico e menos sádico do que o personagem original. E além disso, no filme não é explicado o porquê dele querer matar Peter Pan, que segundo o livro era que ele queria tomar posse da Terra do Nunca.
Mas tanto no livro quanto no filme, o capitão desenvolveu um trauma do crocodilo.

- O Capitão Gancho tem inveja de Barrica, por este saber lidar mais com crianças do que ele, o que faz o capitão se ressentir com seu único amigo.
Essa inveja que Gancho tem por Barrica não é mostrado no filme.

- No romance, o nome todo de Sininho é Sininho de Latoeiro (Pots-and-Pans, em inglês), pois ela consertava panelas e caçarolas. Essa característica não está presente no filme, mas foi utilizada muito mais tarde em Tinkerbell (2008). 

- Uma das características marcantes do Capitão Gancho eram seus olhos que eram azuis como miosótis (flor conhecida pela cor de suas pétalas que é um tom azulado, também é conhecida como orelha-de-rato e não-me-esqueças). No filme os olhos de Gancho estão verdes.

- A mão do Capitão Gancho que foi comida pelo crocodilo e substituída pelo seu icônico gancho, de acordo com as obras originais, foi a esquerda. Mas no filme, como um evite de limitações nas animações do capitão, foi a mão direita que foi cortada.

- Na peça, Wendy beija Peter Pan e Sininho puxa o cabelo da menina e a proíbe de beijá-lo (que no livro fala que a proíbe dar um dedal (já que Peter não sabia o que era beijar)) de novo. Na versão da Disney, Sininho chega a tempo e puxa o cabelo da menina e não deixa a menina beijar Peter Pan. Mas tanto no livro quanto no filme a fadinha puxa o cabelo de Wendy, com muito ciúmes.

- No livro, eles chegam a Terra do Nunca a noite. No filme, eles chegam a ilha de manhã.

- Peter Pan não acorda acidentalmente os irmãos de Wendy. A própria Wendy acorda os irmãos, chamando-os para ir a Terra do Nunca. 

 - Capitão Gancho não dá nenhum presente explosivo a Peter Pan. Gancho tentou matar o menino dando um bolo envenenado, mas Sininho chega a tempo e o come para salvá-lo. 

- Barrica não é o imediato do Capitão Gancho como retratado no filme, e sim o bosun do navio. O imediato do Capitão Gancho é Starkey. Starkey também aparece no filme (chamado até de Mr. Stark, na dublagem original), mas com um papel muito reduzido e não aparece da maneira que o livro mostra.

- Os pais de Wendy, João e Miguel chegaram a ver as crianças voando junto com Peter. Isso não foi mostrado no filme.

- Cubby, um dos meninos perdidos (que no longa, é o menino gordinho vestido de urso) no livro se chama Curly, por razões desconhecidas, renomearam-o de Cubby.

- O Capitão Gancho na peça original foi engolido pelo Crocodilo, diferente do ocorrido na animação.

- No livro, os meninos perdidos vão com Wendy e seus irmãos e passam a morar com eles. Algo que não acontece no filme.

Elenco
Elenco Original

Bobby Driscoll, o ator mirim mais querido da Disney, foi quem emprestou a sua voz ao personagem-título. Bobby fez seu primeiro trabalho na Disney no clássico obscuro A Canção do Sul (1946). Em seguida participou em Tempo de Melodia e também fez o papel do protagonista no filme Tão Perto do Coração, ambos lançados em 1948.
É o último trabalho de Bobby no estúdio da Disney.
Bobby Driscoll morreu em 1968.

Kathryn como Wendy fazendo referência a costura da sombra de Peter Pan.
Fonte: Deja View
Kathryn Beaumont emprestou a sua voz a heroína Wendy. Assim como fez em Alice no País das Maravilhas, Kathryn fazia referência a animação, vestida de Wendy.
Ela interpretava Wendy, na mesma época de produção de Alice no País das Maravilhas, interpretando a personagem-título.
Kathryn atualmente está aposentada desde 2010.


Hans como Capitão Gancho fazendo referência ao capitão, durante os bastidores do longa
Hans Conried emprestou a voz tanto para o pai de Wendy quanto o temível Capitão Gancho.
Isso porque na maioria das adaptações da peça de Peter Pan, o ator que interpreta o Capitão Gancho é o mesmo que o pai de Wendy.
Hans havia participado antes na Disney, dublando o Espelho Mágico em One Hour in Wonderland, documentário especial sobre Alice no País das Maravilhas.
Ele mais tarde dublaria personagens de curta-metragens, como Thomas Jefferson em Ben e Eu, de 1953, mesmo ano de lançamento do longa nos cinemas; além de interpretar personagens de filmes em live-action.
Hans faleceu em 1982.

Paul Collins deu a voz ao irmão mais novo de Wendy, João. Collins foi considerado para dar a voz a Edgar em Aristogatas (1970), mas cancelaram a ideia.
Collins está aposentado desde 2011.

Tommy Luske havia dado  a voz para o irmão caçula de Wendy, Miguel.
Luske faleceu em 1990.

Bill Thompson emprestou sua voz ao Barrica (Mr. Smee, no original, na dublagem manteu-se o nome original), depois de ter dublado o Coelho Branco. Após Thompson dublar Smee, ele passou a dublar o guarda florestal Sucupira (J. Audubon Woodlore, no original) e alguns personagens em A Dama e o Vagabundo (1955). Thompson também dublou os outros piratas presentes no filme.

Heather Angel dublou a mãe de Wendy. Heather havia dublado a irmã de Alice em Alice no País das Maravilhas.

Candy Candido na voz do Chefe indígena.

June Foray fez a voz de uma índia que manda Wendy a pegar lenha. June havia efeitos sonoros de Lúcifer em Cinderela. Sua última personagem nos longa-metragens da Disney foi a avó de Mulan em Mulan (1998).

Dublagem Brasileira

Assim como Alice no País das Maravilhas, Peter Pan teve duas diferentes dublagens, uma de 1953, e outra dos anos 90.
As músicas da dublagem dos anos 90 eram legendadas, ao contrário da dublagem de 1953, que possuía as músicas dubladas.
A única dublagem do filme que está usada atualmente é a dublagem de 1953, do mesmo estúdio que dublara Alice no País das Maravilhas.

Peter Pan - Lauro Fábio
Wendy Darling - Therezinha
Capitão Gancho - Aloysio de Oliveira
Barrica - Orlando Drummond
João Darling - Desconhecido
Miguel Darling - Desconhecido
Slightly - Desconhecido
Cubby - Desconhecido
Nibs - Desconhecido
Gêmeos - Desconhecido
Mary Darling - Sônia Barreto
George Darling - Castro Gonzaga
Chefe Índio - Abelardo Santos
Índia - Desconhecido

Curiosidades
   - Durante o lançamento no Brasil, Peter Pan era intitulado originalmente de As Aventuras de Peter Pan, mas a partir do lançamento em VHS, o filme passou a usar o título original.
O primeiro título original permaneceu em uso na dublagem de Portugal.

- Naná originalmente iria juntos com as crianças para a Terra do Nunca. A ideia foi deletada por razões desconhecidas, provavelmente porque ia estar fora da história ou para simplificar ainda mais o enredo.

- A canção The Second Star to the Right usada nos créditos iniciais do filme surgiu como uma canção original de Alice no País das Maravilhas chamada Beyond the Laughing Sky (Além do Céu Alegre).
A canção foi deletada do filme em 1949 devido a limitações vocais que Kathryn Beaumont (que era também a dubladora de Alice) apresentou ao cantá-la, o que acabou sendo então substituída por In a World of My Own, e tendo sua letra alterada e colocada nos créditos de Peter Pan, já que o longa estava sendo produzido simultaneamente.

- Boatos comuns a respeito da animação de Sininho são as de que Marylin Monroe havia servido de referência para a animação da fadinha. O boato foi quebrado quando a própria Disney comprovou numa edição de DVD de Peter Pan que a atriz que fez os movimentos para a animação da fadinha foi Margaret Kerry (que até hoje está viva).


Margaret fazendo autógrafos numa feira de Exposição da Califórnia (Cal Expo) em 2006. 
- Sininho já recebeu três nomes no Brasil. Na dublagem utilizada em 1953, ela era chamada de Tilintim (pode ser grafado como Tilim-Tim ou Ti-Lim-Tim), na sequela de 2002, Peter Pan 2 - De Volta a Terra do Nunca, ela foi chamada de Sininho, e ignorado na série de filmes da franquia Disney Fadas (Disney's Fairies), sendo chamada com o nome original Tinker Bell (às vezes grafado como Tinkerbell). 
Mas apesar dos três nomes no Brasil, a personagem é mais conhecida pelo nome Sininho, tanto no Brasil quanto em Portugal (a ponto de o título do filme em Portugal ser chamado de Sininho). 
O nome Sininho, por sua vez, é um nome muito utilizado nas revistas em quadrinhos, nas traduções do livro original, dublagens de filmes como Hook – A Volta do Capitão Gancho (1991) de Steven Spielberg, e em revistas para colorir tanto da Disney como não da Disney.

- O Crocodilo Tic-Toc originalmente teria uma canção referente a ele chamada Never Smile at a Crocodile (Nunca dê um Sorriso a um Crocodilo, em tradução literal). Embora a canção tenha sido deletada da versão final do filme (que foi colocada apenas a canção instrumentada) pode ser ouvida na coletânea de canções de filmes da Disney Cante com Disney (Disney Sing-Along Songs, não confundir com o antigo título de Tempo de Melodia (1948)).

- Tanto nas dublagens brasileiras quanto na dublagem original, Wendy tem a mesma dubladora que Alice.

- Originalmente entre os piratas haveria um cozinheiro chinês. O personagem foi removido provavelmente por questões racistas.

- É o último filme produzido por todos os Nove Anciãos da Disney. Pois a partir de 1954, alguns dos nove anciões passaram a trabalhar nos parques da Disneylândia como Marc Davis.

- Os meninos perdidos não são identificados por nomes no filme original. Seus nomes são revelados apenas em Peter Pan 2: De Volta a Terra do Nunca.

- É o último longa-metragem com Mary Blair envolvida. A partir de 1953, Mary passou a se dedicar a fazer pinturas. Ela voltou a casa do Mickey quando Walt Disney a chamou para ajudar na atração É um Mundo Pequeno (It's a Small World), inaugurado originalmente em 1964, na Feira Mundial de 1964–65 e reinaugurado na Disneylândia em 1966. Ela também fez um pequeno auxílio também em A Bela Adormecida (1958).

- É o sétimo filme dirigido por Clyde Geronimi. Os filmes que Clyde dirigiu antes de Peter Pan foram Você Já Foi à Bahia (1944), Música, Maestro (1946), As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo (1949), Cinderela (1950) e Alice no País das Maravilhas. Os filmes que Clyde dirigiu depois foram A Dama e o Vagabundo (1955), A Bela Adormecida e 101 Dálmatas (1961).

- É o undécimo filme dirigido por Hamilton Luske. Os filmes que Luske dirigiu antes de Peter Pan foram Pinóquio, Fantasia (1940), O Dragão Relutante (1941), Alô Amigos (1942), Música, Maestro, Como é Bom se Divertir (1947), Tempo de Melodia (1948), Tão Perto do Coração (1948), Cinderela e Alice no País das Maravilhas. Os filmes que ele dirigiu após Peter Pan foram Ben e Eu (1953), A Dama e o Vagabundo, Donald no País da Matemágica (1959), 101 Dálmatas e a sequência de animação de Mary Poppins (1964).
A partir de 1954, Hamilton passou a dirigir episódios da série Walt Disney's Wonderful World of Color, sendo Mary Poppins o último que dirigiu.

- É o décimo e penúltimo filme dirigido por Wilfred Jackson. Os filmes que Jackson dirigiu antes de Peter Pan foram Branca de Neve e os Sete Anões, Pinóquio, Fantasia, Dumbo (1941), A Canção do Sul (1946), Tempo de Melodia, Cinderela e Alice das Maravilhas. O último dirigido por Wilfred Jackson foi A Dama e o Vagabundo.

Conclusão
Não há ninguém que nunca tenha assistido antes seja na infância ou não.
Peter Pan é sem sombra de dúvidas um dos mais populares clássicos da Disney e o filme, assim como o livro, ele será passado em gerações e gerações e nunca deixará de cativar o público infantil, assim como o restante dos filmes da Disney.

Um bom filme sempre se passará por gerações e nunca irá perder o seu público.

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