quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Hans Christian Andersen, o complicado projeto da Disney

Walt Disney era um grande fã dos contos de Hans Christian Andersen, assim como ele era um grande fã dos livros Alice, de Lewis Carroll.
Este post é dedicado somente a obra cancelada da Disney que é um filme biográfico de Hans Christian (que não tem um título definido) e que seria um filme live-action com cenas animadas tal qual A Canção do Sul (1946), o qual havia se originado com o formato do projeto cancelado.
Este projeto foi considerado nos últimos anos da década de 1930 até os primeiros anos da década de 1940, época bastante complicada para o estúdio da casa do Mickey, pelo fato dessa década ser época de Segunda Grande Guerra Mundial (1939–45).

História do projeto de Hans Christian Andersen

Pouco antes do lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões (1937), Walt Disney havia planejado um longa-metragem que fosse uma antologia de contos do escritor e poeta dinamarquês Hans Christian Andersen. O projeto foi sendo discutido pelo estúdio desde aquele ano. E já havia virado assunto em diversos jornais tanto americanos quanto britânicos.
Durante os assuntos, Walt Disney havia anunciado em 1939, três títulos diferentes para o filme The Life of Hans Christian Andersen, The Story of Hans Christian Andersen e The Tales of Hans Christian Andersen.
Mas apesar de terem feito imagens e conceitos artísticos, o projeto foi sofrendo atrasos sucessivos. Isso porque o estúdio estava tendo um sério problema em adaptar alguns dos contos, principalmente A Rainha da Neve, por causa da personagem da rainha gelada. 
Em março de 1940, um mês após o lançamento de Pinóquio (1940), Samuel Goldwyn fez uma parceria com o estúdio da Disney, tendo um interesse no projeto e que pudesse auxiliar na produção. Porém quando Goldwyn fez o script para o filme, não agradou a Walt Disney, fazendo então um adiamento para a parceria, voltando dois anos depois.
Alguns meses depois, em dezembro daquele ano, Larry Clemmons apresentou um novo roteiro para o projeto e o intitulou de The Story Teller (O Contador de História).
A parceria da Disney com a MGM volta em 1942 quando Goldwyn juntamente com alguns de seus funcionários foram contratados para escreverem os storyboards iniciais em abril daquele ano (na época, a Disney havia lançado Bambi (1942) nos cinemas britânicos).
Porém em 1943, a Disney começou a ter pouco recurso e pouco tempo para produzir o projeto e foi cancelado naquele mesmo quando o estúdio começou a produzir curtas de Segunda Guerra Mundial, deixando o projeto parar nas mãos de Goldwyn que lançou sua versão em live-action em 1952.
O conceito de filme live-action e animação foi usado mais tarde em A Canção do Sul que foi lançado em 1946, e que causou uma grande polêmica em seu lançamento.

E quanto aos esboços dos contos, os conceitos do projeto em storyboard e os roteiros planejados de dois dos contos foram aproveitados muito mais tarde pelo estúdio da Disney para A Pequena Sereia, que foi lançado quarenta anos após o cancelamento, e para o segmento do Soldadinho de Chumbo em Fantasia 2000, mais de cinquenta anos depois.


Como seria Hans Christian Andersen

Apesar da dificuldade de produzir os contos, a Disney já chegou a elaborar imagens e já tiveram os contos escolhidos pelo estúdio.
Os contos de Andersen que foram escolhidos para a adaptação foram A Pequena Sereia, A Rainha da Neve, O Rouxinol e o Imperador da China, A Nova Roupa do Imperador (ou do Rei), Ole Lokoje (João Pestana), O Pinheirinho de Natal e O Soldadinho de Chumbo (O Patinho Feio não entrou, por que o estúdio já havia feito a Sinfonia Ingênua em 1939).
O segmento do Pinheiro de Natal foi produzido por Bill Peet, as imagens do segmento do Soldadinho de Chumbo (que foi aproveitado em Fantasia 2000) foram ilustradas por Bianca Majolie, que foi responsável pelas ilustrações do segmento da Suíte Quebra-Nozes em Fantasia (1940), e o segmento da Pequena Sereia foi ilustrado pelo ilustrador dinamarquês Kay Nielsen que também trabalhou em Fantasia em alguns segmentos. 
Segue-se as imagens abaixo:








Curiosidade

As imagens elaboradas e os roteiros mais tarde influenciaram A Pequena Sereia (1989) e Fantasia 2000 (1999).


Conclusão

Este projeto é um dos mais belos projetos, mas que era de fato difícil trabalhar com ele em época de Segunda Guerra Mundial.
Mas ainda as imagens foram salvas e aproveitadas para os futuros longas da Disney naquela época.
Mas existem coisas que não tem mais como voltar atrás. 

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