quinta-feira, 31 de março de 2016

Os segmentos não-realizados de Fantasia

Fantasia (1940) foi o clássico que a Disney sem dúvidas queria que ele fosse um grande sucesso do estúdio, porém infelizmente ele não foi isso que Walt esperava.
Este sentimento de Walt Disney levou a cancelar todos os segmentos que ele planejou, que seriam lançados a cada relançamento de Fantasia nos anos seguintes.
Mas vocês irão se perguntar, que segmentos são esses?
Este post ele vai mostrar os segmentos não-produzidos de Fantasia, quando originalmente ele seria.

História e produção dos segmentos não-produzidos

Esta história todos já devem saber, pois já a viram nos posts de Musicana e de Fantasia 2000.
Em 1940, antes do lançamento original de Fantasia, Walt Disney estava planejando que o longa quando fosse relançado nos cinemas, e que teria segmentos novos em cada relançamento anual.
Contando com os animadores e produtores do estúdio, eles produziram alguns dos segmentos.
A maioria está registrado no livro Future Fantasias, que conta todos os segmentos planejados.
O cancelamento, como já sabemos, é que por causa do fracasso crítico no lançamento inicial de Fantasia, a Segunda Guerra Mundial ter fechado o mercado europeu, Walt ficou com receio de que os novos segmentos seriam maçantes para o público leigo.
Com isso todos os segmentos planejados para os relançamentos de Fantasia, foram todos engavetados.

Este projeto (que aqui vou chamar de Future Fantasias) deixou um grande legado no estúdio, levando Roy E. Disney (sobrinho de Walt Disney) a criar uma nova sequência de Fantasia em 1974, mas deixou de lado por final dos anos 70, possivelmente após o lançamento de Bernardo e Bianca (1977) nos cinemas, Mel Shaw, com a ajuda de Wolfgang Reitherman idealizaria uma continuação chamada Musicana, que ao contrário de Future Fantasias, ele teria músicas referentes a países, eruditas ou não, cujos segmentos já foram roteirizados em storyboards.
Musicana porém foi cancelado, assim como Future Fantasias, por três seguintes motivos: Falta de recursos financeiros do estúdio na década de 1980, os executivos estavam temerosos com o resultado que ele apresentaria (pois Fantasia não foi bem-recebido na bilheteria) e por restrições orçamentárias em favor de O Conto de Natal do Mickey (1983) e O Caldeirão Mágico (1985).

No início da década de 1990, Roy E. Disney produziu Fantasia 2000 (inicialmente o chamava de Fantasia Continued a Fantasia 1999), que é a única continuação de Fantasia que foi realizada até os dias de hoje.
Fantasia 2000 foi lançado oficialmente em 2000.

Alguns anos lançamento de Fantasia 2000, a Disney começou a produzir uma terceira continuação conhecida como Fantasia 2006.
Ele seria como Musicana nos anos 80, mas com músicas menos eruditas e possui um lado mais artístico do que os outros Fantasias.
Porém ao contrário de Fantasia 2000, Fantasia 2006 nunca foi realizado e quatro dos segmentos originais do longa foram lançados separadamente no decorrer da década de 2000.

Isto tudo foi o que Future Fantasias deixou como legado.

Os segmentos 

Voltando para o Future Fantasias, apesar dele ter nunca ter sido realizado e produzido, ele chegou a ter seus segmentos pré-produzidos.
Estes são os seguintes segmentos que foram planejados entre o final dos anos 30 e o início dos anos 40:

A Cavalgada das Valquírias
Este segmento musicada pela composição de mesmo nome de Richard Wagner se passa na Escandinávia, e conta a história das valquírias (deidades femininas que escolhem os mortos, na mitologia germânica) que descem dos céus e ajudam dois heróis em uma batalha.
 Walt Disney sentia que esse segmento não deveria ser usado, pois iria promover o nacionalismo dos alemães (lembrando que era época de Segunda Guerra) e que Hitler gostava muito das composições de Richard Wagner.


Imagens do segmento







O Cisne de Tuonela
Este segmento cuja música usada seria a composição de mesmo nome do compositor finlandês Jean Sibelius, seria baseado no conto finlandês de um cisne que guia os espíritos para o céu.
Apesar de Walt ter optado não ter o cisne visto, ele queria manter a essência do conto. Com isso, o cisne seria substituído por um barco que carregava um cadáver através dos canais que passava até chegar a uma caverna que leva ao céu. 


Imagens do segmento




O Balé dos Bebês
Este segmento ao som da canção de ninar de Frédéric Chopin seria uma paródia de balés famosos estrelados por bebês em uma creche, onde são cuidados por cegonhas. 
A arte deste segmento foi feita por Mary Blair.

Imagens do segmento








Aventuras em um carrinho de Bebê
Ao som da peça de balé de 1914 de John Alden Carpenter, este segmento conta a história de um passeio em um parque do ponto de vista de um bebê dentro de um carrinho.
A arte preliminar do segmento foi feita por Sylvia Holland. 

Trecho da composição

Imagens do segmento






Um Convite para a Valsa
Este segmento desta vez gira em torno dos pégasos do segmento original Sinfonia Pastoral, tendo em foco o filhote de pégaso preto que se mete em desventuras ao sair do ninho de pégasos, encontrando-se com uma família de patos e uma abelha.
A composição usada para o segmento seria a música de mesmo nome do título de Carl Maria von Weber. 


Imagens do segmento




O Voo do Zangão
Este segmento que seria musicado pela famosa composição O Voo do Besouro, de Rimsky-Korsakov, teria como trama as aventuras de um zangão curioso.
Sam Armstrong (um dos diretores de Fantasia) havia sugerido a Walt Disney que quando fosse utilizar a composição, projetasse a imagem do zangão nas paredes dos cinemas, para dar impressão de que ele está voando sobre o público.
Uma versão alternativa do segmento foi usada mais tarde como um segmento de Tempo de Melodia (1948), porém num estilo de jazz, ao invés da versão clássica.

Imagens do segmento



Segmento Bumble-Boogie, de Tempo de Melodia.

Outros segmentos

No livro Future Fantasias foi registrado uma porção de composições planejadas para estarem em futuros relançamentos.
Dentre eles estaria Carmen, que seria uma paródia da ópera de Georges Bizet (cuja ária Habanera foi utilizada em Aristogatas (1970)), Carnaval Romano de Berlioz Benvenutto Cellini, O Mar de Claude Debussy e As Bodas de Fígaro de Mozart.
Estes segmentos nunca saíram do papel.
Outros segmentos também citados no livro foram os segmentos Os Pinheiros de Roma, Rapsódia em Azul e A Suíte do Pássaro de Fogo, que só foram realizados como segmentos de Fantasia 2000.

  Conclusão

Fantasia é infinito.
Esta frase dita por Walt Disney mostra que Fantasia é um clássico que jamais será terminado.
Fantasia é o único clássico da Disney que demonstra todo o trabalho e o melhor de todos os animadores do estúdio.
É um clássico que nunca tem fim, pois possui muitas músicas eruditas ou não que têm chances de serem animados.
A única coisa que nós podemos ter é esperança de que os produtores deem uma chance as continuações de Fantasia, pois é como próprio Walt Disney nos diz: Bons projetos nunca morrem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário