quinta-feira, 30 de abril de 2015

O Caldeirão Mágico (Disney, 1985)

Galera, o clássico de hoje é sobre o clássico pouco conhecido da Disney, chamado O Caldeirão Mágico.
O Caldeirão Mágico (The Black Cauldron, no original) é o vigésimo-quinto clássico do catálogo de filmes da Disney Feature Animation Studios (DFA), mais conhecido como Os Clássicos Disney e o sexto filme da "Era Negra" da Disney, época em que a Disney atravessava por uma crise financeira desde o final da década de 1960, e todas as décadas de 1970 e 1980, devido a morte de Walt Disney, e terminou no final da década de 80, com o sucesso do clássico A Pequena Sereia, lançado em 1989, começando com a chamada "Era Renascentista".
O Caldeirão Mágico foi baseado vagamente nos dois primeiros livros da série de livros As Aventuras de Prydain*, O Livro dos Três, de 1964 e O Caldeirão Negro, de 1965, ambos de Lloyd Alexander (falecido em 2007), sendo o segundo um livro premiado na época.

* No Brasil, a série é conhecida como As Aventuras de Prydain, e não As Crônicas de Prydain, mas o segundo título não está errado, podendo ser chamado assim também.

Sobre O Caldeirão Mágico 
    A Disney tinha expectativa de que O Caldeirão Mágico fosse um sucesso de bilheteria, mas isso acabou indo para A Pequena Sereia, lançado no final da década de 1980.
O Caldeirão Mágico é um dos poucos livros da Disney a ser baseado em uma série de livros de fantasia como As Crônicas de Nárnia ou O Hobbit ou O Senhor dos Anéis.

Produção de O Caldeirão Mágico

No início da década de 1970, após o lançamento de Se Minha Cama Voasse (Bedknobs and Broomsticks, 1971) a Disney pensou em produzir filmes baseados em livros de fantasia.
Então naquele ano, a Disney adquiriu direitos dos dois primeiros livros de Lloyd Alexander, O Livro dos Três e O Caldeirão Negro, originário da série As Aventuras de Prydain, iniciado em 1964 e do livro The Hero from Otherwhere, de Jay Williams.
Em 1972, a Disney havia pensado em adaptar O Hobbit, de J. R. R. Tolkien, mas desistiram da ideia, pois a Disney não tinha os direitos do livro, e que os direitos dos livros de Tolkien já haviam sido comprados pela Warner em 1969, acabando assim abandonando a ideia.
Então a partir de 1973, O Caldeirão Mágico começou a ser produzido oficialmente, após o sucesso não tão grande de Robin Hood (1973), originalmente para ser um filme para um público de adolescentes de entre 14 a 16 anos.
Em 1974, Mel Shaw havia voltado a Disney, e se envolveu na produção de cinco clássicos.
 Os quatro clássicos que Shaw se envolveu foram Bernardo e BiancaThe Hero from OutherwhereMusicana e O Cão e a Raposa. Entre os cinco estava O Caldeirão Mágico
  The Hero from Otherwhere foi cancelado em 1976 pela força fraca do estúdio, Bernardo e Bianca foi lançado em 1977, O Cão e a Raposa foi lançado em 1981, mas O Caldeirão Mágico ainda continuava em produção.
 A produção de O Caldeirão Mágico sofreu mais atrasos pois Milt Kahl, responsável pelo design dos personagens, abandonou o projeto e que muitos ilustradores, inclusive Mel Shaw, estavam em projetos como Musicana e O Cão e a Raposa.

No início de 1984, o clássico estava quase pronto para ser lançado, porém Jeffrey Katzenberg, o então produtor executivo que havia sido contratado nesse mesmo ano, vira a produção e então mandou que reformasse o clássico, retirando as cenas de Taran de matando os soldados do Rei de Chifres, a princesa Eilonwy com o vestido rasgado pelo Rei de Chifres, e os esqueletos deformando os soldados, pois são cenas consideradas muito fortes e fora do "padrão" dos filmes da Disney, devido a fracassos de filmes como Something Wicked This Ways Come Wicked (1983) e Frankwennie (1984).
Então o lançamento do clássico foi adiado do Natal de 1984 para junho de 1985.
Então alguns meses após isso, O Caldeirão Mágico foi lançado aos cinemas.
O Caldeirão Mágico foi um fracasso de bilheteria e se tornou uma bomba e que causou uma grande crise financeira na Disney tão grande a ponto de quase levar o estúdio de animação a beira da falência.
O filme teve críticas geralmente negativas e/ou mistas. 
Lloyd Alexander, o autor da série teve uma reação complexa e disse que o filme era muito diferente dos livros e que eles teriam lido muito pouco os livros, apesar de ter dito que se divertiu assistindo o clássico.

O Caldeirão Mágico é o primeiro filme da Disney a ter efeitos especiais feitos em computador e que deu um fim a xerografia, uma vez tido desde o final dos anos 50 até 1985, com o clássico, apesar da Disney teve uma tentativa de fazer um filme com mistura de animação tradicional e digital que seria uma adaptação de Onde Vivem os Monstros, dirigido por John Lasseter, mas foi cancelado em 1983 e John Lasseter foi demitido no mesmo ano.
O Caldeirão Mágico também é o primeiro clássico da Disney a ter o logotipo da Disney no início do filme. 

Sinopse
     Taran é um jovem porqueiro que sonhava em ser um grande guerreiro que cuidava de Hen Wen (Vem-Vem, na dublagem brasileira) uma porquinha com poderes de visão, previsões do futuro e localizar objetos. Um dia, o Rei de Chifres sequestra Vem-Vem, que queria usar a porca para mostrar onde está o Caldeirão Negro, um caldeirão místico que tem o poder de ressuscitar os mortos, sendo este o objetivo do rei, de ressuscitar o seu exército para ter um exército invencível.
Neste caldeirão está selado Arawn, um rei tão cruel que até os deuses o temiam (lembrando que o filme é sobre a mitologia galesa) e que como castigo foi selado pelos deuses no caldeirão e que seu espírito agora habita no Caldeirão Negro, dando origem aos poderes do caldeirão.
Com a ajuda de Gurgi (se pronuncia Gurgui, na dublagem brasileira ele é chamado de Guguium monstrinho peludo que o chama de Príncipe e o idolatra, Eilonwy (se pronuncia Ailon-ui, na dublagem brasileira ela é chamada de Ilone), uma bela princesa prisioneira e a paixão do herói, e Fflewddur Fflam (se pronuncia Flidâr Flem, na dublagem brasileira ele é chamado de Flores Flama), Taran parte para uma aventura para resgatar Vem-Vem das garras do Rei de Chifres e que ele aprende o que significa realmente ser herói e que existe coisas mais importantes do que a glória.

Diferenças entre os livros e o filme

- Eilonwy não era apenas uma princesa comum. Ela tinha poderes, sendo que no filme da Disney, a única magia que ela faz é o Pelyndryn (a bolinha de luz). Além disso, a personalidade arrogante da princesa foi retirada do filme.

- Fflewddur Flam era um príncipe no livro original. Curiosamente no filme nunca é mencionado se ele é um príncipe e/ou seu reino.

- Vem-Vem era uma porca grande, branca e de olhos azuis. No filme, ela é uma pequena porca cor de rosa e de olhos azuis.

- Eilonwy foi descrita como uma menina com cabelos ruivos, no primeiro livro. No filme, a princesa é loira. Ela também andava descalça. Nos esboços originais do filme, a princesa estava descalça assim como no livro.

- Doli não era uma fada como no filme, e sim um anão. Por algum motivo, Doli é uma fada.

Curiosidades

- Hayley Mills (conhecida por interpretar a protagonista Pollyanna do filme de 1960 de mesmo nome) foi  originalmente escalada para dublar Eilonwy. Chegou a ter cenas gravadas, mas devido a agenda corrida da atriz, a produção decidiu que deveria abandonar o elenco, sendo então substituída por Susan Sheridan, que pareceu soar melhor na voz da personagem.

- Tim Burton estava envolvido na produção, mas saiu do estúdio da Disney em busca de mais liberdade em seus projetos. E que também ele saiu do projeto do Caldeirão Mágico, porque ele já estava planejando esboços para O Estranho Mundo de Jack (1993), o que motivou a voltar ao estúdio da Disney.

- Na cena em que os habitantes de Fair Folk foram ver os protagonistas, entre os habitantes pode ser vista a fada Sininho (do filme Peter Pan).

- O Rei de Chifres não seria o principal vilão e sim Arawn, o rei do Caldeirão Negro. Mas a ideia foi descartada e foi substituído pelo Rei de Chifres. O design dele até foi feito, se assemelhando muito ao Rei de Chifres.

O Caldeirão Mágico é o último filme da Disney a ter cenas reaproveitadas. Uma das cenas por exemplo, em que a visão de Vem-Vem mostra o Rei de Chifres, é uma cena reaproveitada de Fantasia.

O Caldeirão Mágico é um dos poucos filmes da Disney a não serem musicais. Os outros clássicos em que os personagens não cantam são Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus (1990) e A Nova Onda do Imperador (2000). 

 - Eilonwy foi planejada para estar na franquia das Princesas Disney, no início da franquia. Ela não foi colocada não por causa do fracasso do filme, sim por direitos que pertenciam a Lloyd Alexander, autor dos livros. A personagem foi apelidada de "A Princesa Perdida", devido a isso. Segundo um dos executivos da Disney Consumer Products, disse que Eilonwy só poderá estar na franquia se a personagem Kida (do filme Atlantis - O Reino Perdido (2001)) fosse adicionada na franquia.

- A cena de Fair Folk seria diferente da versão final.
A versão original até chegou a ser animada, mas por prováveis questões das cenas serem sombrias, a cena foi alterada.



Conclusão
O Caldeirão Mágico pode não ser um filme de sucesso, mas o filme não deixa de ser um filme de qualidade da Disney.
A Disney teve um trabalho difícil para trazer esse filme aos cinemas, pois não criou o filme da noite para o dia.

14 comentários:

  1. O filme é podre. Como podem fazer um filme para o público infantil cheio de cenas macabras? Além de estar repleto de erros de continuidade, traço mudando com frequência e uma cena especifica em que a mão do protagonista fica invisível. A única coisa que salva é a dublagem do Rei de Chifres, e os efeitos especiais.

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    1. Bom, o filme pode não ter sido a melhor película já feita, mas qualidades podem ser encontradas nele, como você citou por exemplo os efeitos especiais, o longa marcou no estúdio por ter sido o primeiro filme animado a utilizar técnica digital. A mensagem deste filme também é boa. Os erros de continuidade deve ter sido pelo fato do filme ter sido drasticamente editado. Mas se pra você o filme é podre por essas coisas... Tudo bem, a opinião é sua, mas em opinião eu não acho que ele é podre, e sim bom, mas não o melhor filme produzido pela Disney já que existem filmes melhores da Casa do Mickey ;-)

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  2. O Blu-ray desse filme nunca foi lançado.

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  3. Ótimas matérias, muito obrigado por compartilhar todas estas informações sobre os clássicos que tornaram a infância das crianças mais feliz!

    Espero que você possa fazer uma matéria sobre Puff - O Ursinho Guloso (The Many Adventures of Winnie the Pooh -1977)

    Um abraço.

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    1. Muito obrigado, Davy! Pode deixar! Eu já tenho um rascunho!

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  4. Na verdade eu não gostei do filme
    As qualidades dele não conseguem superar o erro
    Até a metade do filme eles estavam procurando a porca pela floresta mas DPS q vão pra aquele lado das fadas cade a preocupação
    Alem do erro da mão invisível no começo tbm tem outro q quando ele perde a porca pela primeira vez e vê o castelo parece q o personagem foi colado lá e q não fazia parte do cenário
    Tirando q a história é muito confusa
    Em 20 minutos aconteceram muitas coisas q daria pra colocar em metade de um filme de duas horas e meia se fossem bem exploradas
    O bardo e a princesa literalmente são personagens q não fazem nada
    VC não consegue ter pena quando o gurgi pula no caldeirão
    Se o filme fosse feito sem esses problemas e com mais tempo sendo lançado em 1990 no mínimo acho q seria muito melhor q essa bomba
    E como eu disse
    Dublagem boa e efeito especiais são qualidades
    Mas q não superam os erros

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    1. Bem, é como eu disse: O filme não é um dos melhores e na minha opinião o filme é bom. Eu nunca disse que é um ótimo filme. É preciso diferenciar bom de ótimo e de melhor.
      Se não gosta do filme, tudo bem. É uma opinião sua sobre o longa, mas não tira de mim a opinião de que o filme é bom.
      Todos esses problemas na narrativa, se dão pelo fato das mudanças drásticas de rumo que o filme sofreu durante a produção, principalmente quando Katzenberg resolveu editar o longa e "suavizá-lo", infantilizá-lo. Eu estou apenas justificando os erros de continuidade que o senhor disse naquele comentário.
      E além disso, o longa estava sendo produzido às pressas a partir do início dos anos 80, sendo assim impossível em pensar adiar até 1990, já que estava sendo produzido desde 1973! E ele já tinha prazo de ser lançado originalmente em 1984. Só atrasou no lançamento para 1985, quando foi decidido mudar drasticamente.
      E repito o que disse antes: O Caldeirão Mágico não é o melhor filme produzido pela Disney já que existem filmes melhores da Casa do Mickey.

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  5. O filme é bem legal, quase não tenho ressalvas. Não é bem para criancinhas, como os filmes anteriores. Entendido isso, o filme é como ver Caverna do Dragão, mas com uma animação mais recheada. O desenho é bem legal, a animação também, a história é uma fantasia no melhor sentido da palavra. A ressalva é porque o roteiro incluiu vários elementos conceituais que são forma sem conteúdo, quer dizer, no final não fazem sentido, parece que era uma premissa do estúdio colocar. Por exemplo, a trovador, a princesa, etc. Nota 8.5

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    1. Sim, o filme é bom, tirando os problemas de roteiro e a superficialidade dos personagens secundários como bem mencionou a Ilone e o Flores Flama. Pelo meu entendimento é que essa superficialidade deve estar ligada ao fato de quererem simplificar o enredo já que seria muito complexo e seria longo demais o longa e para que não fosse demorado o filme resolveram não entrar em detalhes neles e que o foco fosse somente em Taran. Mas adorei sua crítica e pela nota que colocou! Obrigado!

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  6. Será que de fato não saiu em cd eu para falar a verdade nunca vi

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  7. Está aí um filme que eu espero que saia em Blu-Ray um dia... porém ao mesmo tempo preocupado pois a Disney fica "atualizando" a imagem pra Widescreen, cortando pedaços do topo e de baixo. Odeio quando fazem isso... comprei o Espada era a Lei, e é tão triste ver pedaços da cena cortados só pra não deixar no formato 4:3 (só se o filme foi feito em Wide na época, aí é tranquilo rs

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  8. Também detesto quando tem esses cortes se perde até a vontade de assistir

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